domingo, 19 de abril de 2015

O brincar na aprendizagem infantil


As brincadeiras são ferramentas indispensáveis quando se fala em lúdico, trazem para as pessoas uma visão diferente do mundo, facilitando a criatividade e a independência, estimulando a imaginação e a forma com que as crianças se expressam. E importante ressaltar que são maneiras de ensinar a elas as regras de convívio social. De acordo com Oliveira (2007)
A brincadeira permite a construção de novas possibilidades de ação e formas inéditas de arranjar os elementos do ambiente. Os objetos manipulados na brincadeira, especialmente, são usados de modo simbólico, como um substituto para outros, por intermédio de gestos imitativos reprodutores das posturas, expressões e verbalizações que ocorrem no ambiente da criança.
É teoria correta que as crianças aprendem brincando, assim como também não resta dúvidas de que elas sejam consciente ou inconscientemente com todo e qualquer tipo de experiência. Contudo, há uma delicada diferença sobre a natureza da aprendizagem ao longo do desenvolvimento infantil. Nesse sentido Antunes (2003) leciona:
As crianças até três anos de idade, quando jogam, não percebem nessa ação qualquer diferença com o que os adultos consideram trabalho. Vivem a fase que Piaget chamava de anomia e, dessa forma, não podem compreender regras. Assim adoram ajudar a mãe a varrer a casa ou fazer bolos não porque exista valor ou utilidade nessas ações, mas porque são essas atividades interessantes e divertidas. Essa forma de pensar, entretanto, modifica-se e já a partir dos quatro a cinco anos é que buscam benefícios através do jogo, mesmo que estes sejam à elogio por sua ação. A partir dessa idade, como Piaget sugere, o jogo pode contribuir para desenvolver formas mais complexas de pensamento na medida em que são levadas a se empenharem em refletir sobre seu procedimento.
Para este mesmo autor, por esse motivo é que o jogo deve ser seguido de uma reflexão acerca de suas regras, acerca do que é ou não permitido para as pessoas que dele estão participando. É nesse ínterim que se insere a figura do educador infantil, que se transforma num elo entre a brincadeira e o seu significado, não perdendo a chance de atuar alguém que facilita o debate entre os jogadores, que em grupo obterão sua aprendizagem. Um bom exemplo é um teatrinho com fantoches, que ao abordar valores como amizade, solidariedade, bondade, tem imensa influência ao ser assistido, mas maior poder ainda ao se discutir sobre o mesmo, e sob o que se quis transmitir. Neste contexto com Antunes (2003):
Essa relação entre os jogos e a aprendizagem significativa destacar que a boa escola não é necessariamente aquela que possui uma quantidade enorme de caríssimos brinquedos eletrônicos ou jogos ditos educativos, mas que disponha de uma equipe de educadores que saiba como utilizar a reflexão que o jogo desperta, saiba fazer de simples objetos naturais uma oportunidade de descoberta e exploração imaginativa.

Assim, o jogo se torna importante instrumento para o ensino, ao passo que desperta o interesse do aluno, auxilia no seu processo de desenvolvimento, tanto pessoal quanto social. Ele é compreendido como uma atividade cujo objetivo é desvendar os segredos da vida e construir um instante de empolgação e felicidade na difícil tarefa da aprendizagem e evolução biológica humana. Portanto, brincar nada mais é do que extrair da vida nenhum outro objetivo que não seja ela mesma.

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