sexta-feira, 12 de abril de 2013

ELABORAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DA CRECHE MUNICIPAL VIVENDO A INFÂNCIA


Orientadora: Karla Wanessa





A Educação Infantil é ação pedagógica planejada que envolve cuidar, educar e brincar, considerando as vivências já adquiridas pelas crianças e o contexto em que vivem.  Um projeto político pedagógico deve ter por objetivo o desenvolvimento permanente das crianças e deve estar em constante reflexão e avaliação, garantindo os direitos da criança no interior da instituição de Educação Infantil para que esses se efetivem  em sua totalidade.
Dessa forma, o Projeto Político-Pedagógico é o documento da instituição que define sua função social, em perspectiva emancipatória, democrática. Nesta perspectiva, o PPP é práxis criadora, é nesse sentido que Gadotti (2000), afirmar que o PPP estabelece ruptura com aquilo que já está instituído — tornando-se por isso, instituinte de uma nova direção para as ações político-educativas da escola.

1.    MARCO REFERENCIAL
O marco referencial trabalha com a dimensão da finalidade, significa definir o conjunto de referências teóricas, políticas, filosóficas que balizará o trabalho da escola, comportando assim, o conjunto dos valores nos quais a comunidade escolar acredita e das aspirações que tem em relação à aprendizagem dos alunos. A função maior do Marco Referencial é tencionar a realidade no sentido de superação/transformação e, em termos metodológicos, fornecer parâmetros, critérios para a realização do Diagnóstico. Gandin (1994), ao discutir o “marco referencial”, apresenta três eixos para a discussão:

Marco Situacional: percepção do grupo em torno da realidade em geral: como a vê, quais seus traços mais marcantes, qual a relação do quadro sócio-econômico, político e cultural mais amplo e o cotidiano da escola. Sua importância se deve ao fato de que pode desvelar os elementos estruturais que condicionam a instituição e seus agentes.
Ø  Como compreendemos/vemos/sentimos o mundo atual? O país, estado e cidade onde vivemos?
Ø  Como percebemos/ vemos o bairro em que fica inserida a nossa escola?
Ø  Quais são os sinais no mundo atual que nos alegram/mobilizam? Por quê?
Ø  Quais são os sinais no mundo atual que nos entristece/ indignam? Por quê?
Ø  Que concepções têm de Educação? Conhecimento? Escola? Comunidade? Sala de aula? Professor? Aluno?

Marco Doutrinário ou Filosófico: equivale aos princípios norteadores do ideal geral da instituição escolar. Fundamenta a proposta de sociedade, pessoa e educação assumida pelo grupo que compõe a equipe escolar e sua comunidade. O processo de elaboração do Marco Filosófico dá esta oportunidade tanto de explicitação, quanto de debate e busca de um consenso mínimo em torno de conteúdos epistemológicos, éticos, político-pedagógicos, metodológicos.
Ø  Que tipo de sociedade queremos construir?
Ø  Que tipo de homem/pessoa humana queremos colaborar na formação?
Ø  Que finalidade queremos para a escola?
Ø  Que papel desejamos para a escola em nossa realidade

Marco Operativo: Conforme Gandin (1994, p. 82), o marco operativo é “também uma proposta de utopia, no sentido que apresenta algo que se projeta para o futuro [...]”; é a explicitação do ideal da instituição escolar, tendo em vista aquilo que queremos ou devemos ser. Dizem respeito à organização das ações da coletividade escolar naqueles campos de atuação que compreendem a as três principais dimensões que configuram a práxis educativa, quais sejam: a dimensão pedagógicaa dimensão comunitária e a dimensão administrativa.
A)   DIMENSÃO PEDAGÓGICA
B) DIMENSÃO COMUNITÁRIA
C) DIMENSÃO ADMINISTRATIVA
Como desejamos...
Como desejamos...
Como desejamos...
O Processo de Planejamento?
Os Relacionamentos na Escola?
A Estrutura e Organização da Escola?
O Currículo?
O Professor?
Os Dirigentes (Direção e Equipe Técnica)?
Os Objetivos?
O Relacionamento com a Família?
Os Serviços (Secretaria, Limpeza, Mecanografia, Audiovisuais, etc.)?
Os Conteúdos?
O Relacionamento com a Comunidade?
As Formas de Participação dos Trabalhadores?
A Metodologia?
As Condições Objetivas de Trabalho?
A Avaliação?
Organização dos Alunos?
A Obtenção e Gerenciamento dos Recursos Financeiros
A Disciplina? A relação Professor-Aluno?
As Atividades Esportivas e Culturais?
O Espaço de Trabalho Coletivo Constante (reuniões pedagógicas semanais)?
O Relacionamento com os Meios de Comunicação Social?

2.    DIAGNÓSTICO
comunidade escolar deve levantar as características atuais da escola, suas limitações e possibilidades, os seus elementos identificadores, a imagem que se quer construir quanto a seu papel na comunidade em que está inserida, ou seja, trabalha a dimensão da realidade, que servirá de base para a definição dos objetivos a perseguir, do modelo de gestão a ser adotado, dos conteúdos que devem ser trabalhados, das formas de organização e funcionamento da unidade escolar e sua função social no contexto local e global. Portanto, temos dois eixos no diagnóstico:
Contexto da escola (ambiente social, cultural e físico)
Ø  Qual comunidade em que a escola está inserida - características da população, costumes, lazer, grupos comunitários, lideranças comunitárias, associações, clubes, igrejas, acesso a meios de comunicação etc.;
Ø  Localização física da escola – características do bairro, ruas, praças, espaços de lazer, equipamentos comunitários,
Ø  Situação socioeconômica e educacional da comunidade: ocupações principais, níveis de renda, condições de trabalho, acesso a bens de consumo, níveis de escolaridade da população,
Ø  Principais setores de atividade econômica,
Ø  Perfil profissional dos pais,
Ø  População atendida pela escola: nível de instrução dos pais e irmãos, qualificação profissional, hábitos alimentares e de higiene, lazer etc.
 Caracterização da escola (identidade)
Histórico da escola: fundação (portaria de criação), denominação, lideranças históricas, participação na comunidade. 
Situação física da escola: 
Ø  Condições da edificação, dimensões,
Ø  Dependências,
Ø  Espaços para atividades pedagógicas e de lazer,
Ø  Biblioteca,
Ø  Estado de conservação,
Ø  Instalações hidráulicas e sanitárias,
Ø  Paisagismo, conforto ambiental (iluminação, ventilação, etc.);
Ø  Adequação de salas de aula
Recursos humanos e materiais: 
Ø  Quantitativos do corpo docente, discente, administrativo e de apoio (setor/função/quantidade);
Ø  Vínculos funcionais;
Ø  Distribuição de funções e tarefas;
Ø  Nível de formação inicial e acesso à formação continuada (qualificação).
Ø  Condições de trabalho e estudo de professores na escola.
Ø  Condições de trabalho dos servidores da escola.
Ø  Direitos e deveres.
Ø  Recursos materiais disponíveis e sua adequação: móveis, equipamentos, material didático (recurso/quantidade/origem).
Diagnóstico educacional: É uma responsabilidade da comunidade escolar que tem por fim determinar, através de métodos os mais precisos possíveis, a natureza e as causas dos problemas educacionais, analisando e interpretando fatores que são indispensáveis e que contribuem para melhorar o rendimento do processo ensino-aprendizagem. O diagnóstico escolar abrange procedimentos como os de:
Ø  Identificar os problemas que os alunos, as turmas e a escola apresentam;
Ø  Analisar os fatos, suas possíveis causas e soluções;
Ø  Antecipar as implicações que as soluções sugeridas poderão acarretar;
Ø  Que características (sociais, econômicas, culturais) têm a comunidade, a escola e a clientela a que a escola atende? Como se apresenta à realidade da escola hoje?
Ø  Que características têm a gestão da escola?
Ø  Como se dá a participação da comunidade na gestão da escola? Que formas de organização escolar são adotadas?
Ø  Como estão as relações interpessoais no interior da escola?
Ø  Que características têm o trabalho pedagógico desenvolvido na escola?
Ø  Como se apresentam os resultados da aprendizagem?
Ø  Que processos e instrumentos de avaliação são utilizados? 
OBS.: O diagnóstico não deve apenas ser descritivo, mas tem de ser também analítico. Deve identificar necessidades de mudanças, ou seja, responder: o que nos falta para ser o que desejamos?
     

REFERÊNCIAS
FREIRE, M. O que é grupo? In: GROSSI, E. P.; BORDIN, J. (orgs.). Paixão de aprender I. Petrópolis: Vozes, 1992.
GANDIN, D. A prática do planejamento participativo. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994.
GADOTTI, M. Perspectivas atuais da educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.
VASCONCELOS, C. Planejamento: plano de ensino-aprendizagem e projeto educativo – elementos metodológicos para elaboração e realização. São Paulo: Libertad, 1995 (Cadernos Pedagógicos do Libertad; v. 1).
VEIGA, I. P. A. Projeto Político-Pedagógico da escola: uma construção possível. 10ª ed. Campinas: Papirus, 2000.

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